sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Literatura De Hipertexto

Quando os e-books se converteram numa força reconhecível há poucos anos, um mundo de possibilidades apareceu repentinamente. Não só em termos do processo de escrever em si, mas também em relação à distribuição, financiamento e à própria definição do que é um “livro”.

As limitações da página impressa unidimensional ficaram associadas com a tradicional fórmula de tinta-sobre-papel. Para mostrar com mais realismo a complexidade das relações humanas, precisávamos de um veículo que pudesse integrar a tecnologia da computação com o amplo conjunto de métodos que existem para contar histórias.

Neste ponto apareceu o aspecto fascinante da edição eletrônica chamada "Literatura de Hipertexto".

Posso acreditar que alguns leitores já estejam familiarizados com hipertexto, mas a literatura de hipertexto precisa de uma definição mais pontual. Poderíamos dizer que 
“é uma história orientada a computador [ou digital], que contém um ou mais links que possibilitam ao leitor pular a pontos relativos, dentro da própria história, da forma concebida e direcionada pelo autor.”

A resposta a perguntas como: “Como isto me afeta?” ou “Como pode me beneficiar” está contida numa só palavrinha: “potencial”. Podemos expandir a idéia afirmando que estamos no portal de uma nova era na publicação de livros e todo é possível de aqui pra frente.

Os e-books e a tecnologia de hiperlinks nos apresentam um futuro de potencial ilimitado. Enquanto o histórico livro de tinta-sobre-papel não mudou muito desde os dias de Gutemberg, a mídia eletrônica é tão divergente, que o leque de produtos que pode produzir virtualmente não tem limites.

Combinando gráficos computadorizados, animações, hiperlinks, música e efeitos especiais, a literatura de hiperlinks pode se transformar no “elo perdido” entre os romances tradicionais de ontem e os e-books de amanhã.

O potencial que se apresenta é realmente fantástico, uma mistura de todo gênero que o autor queira aprofundar. A literatura de hiperlink vá mais um passo à frente, expandindo nossa noção do que atualmente é considerado como livro.

Capitalizando neste conceito, pode-se combinar vários recursos de mídia, inclusive recursos 3D, para criar uma história multidimensional dinâmica que envie o gênero literário diretamente ao futuro.

Enquanto o romance tradicional se apóia principalmente em colocar tinta preta em papel branco, a mídia eletrônica tem o potencial de explodir em cores, som, movimento, excitação e uma grande quantidade de capacidades interativas.

Este ponto é extremamente plausível quando consideramos a “Geração Digital” de hoje, dos jovens que foram educados com videogames e computadores.
O que antes foi uma atividade passiva, a leitura pode ser introduzida a todo novo leitor como algo divertido e dinâmico. É como passar da velha máquina de fliperama ao PlayStation 3.

O que os e-books e a literatura de hipertexto nos apresentam é uma mudança de paradigma, não só na forma que vemos a transmissão de informação, mas também na embalagem, logística e o valor de entretenimento do ato de ler.
Ao dizer ‘mudança de paradigma’ me refiro à transição que nos afasta do que estávamos acostumados. Informação não é mais vista em termos de limitações, mas como um conceito de possibilidades sem fim.

Escritores e leitores não estão mais chateados com limitações de espaço, tamanho, páginas, papel, cores ou tinta. Estamos entrando numa arena que é tão vasta como a tecnologia da computação, a internet e o que nossa imaginação permita que seja realidade!

O futuro não está esperando pelo amanhã; está acontecendo agora mesmo e a literatura de hipertexto é um dos veículos que nos leva a esse futuro.
Estamos no vértice de algumas mudanças dramáticas na indústria editora. Elas vão atingir a forma que vemos os livros e até a palavra mesma.

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